Nossa, eu sempre quis oferecer a melhor alimentação para os meus cães e antigamente acreditava realmente que ração, era a melhor opção! Afinal, são tantas marcas, tanta publicidade, jogadas inacreditáveis de marketing, campanhas multimilionárias, que incrível o poder de uma marca!
O artigo abaixo, é a conclusão de um estudo sobre o uso rações na alimentação dos animais, especialmente cães e gatos, escolhi a ultima parte de propósito porque nela estão informações importantíssimas que todo dono deve saber. Se quiserem ler todo o teor, é só dar um pulinho aqui.
“E chegamos ao sexto e último capítulo desta série. Para finalizar de modo impactante, recorri mais uma vez a trechos escritos pela pesquisadora canadense Ann Martin, cuja terceira edição do livro Food Pets Die For (algo como “Comidas pelas quais os pets morrem”, inédito no Brasil), traz um minucioso relatório sobre a massiva reconvocação de rações de 2007.
Não há ninguém melhor que Ann Martin para contar o que, de fato, aconteceu em 2007. A notícia que chegou a nós é que por motivos superficialmente explicados, um número de cães e gatos veio à óbito nos Estados Unidos após consumirem as rações que sempre comeram. Até mesmo um professor de Nutrição da faculdade conhecia apenas uma fração da história. Assim como eu, ele acreditou naquela história de que um número pequeno de pets morreu graças a mais uma inevitável contaminação fúngica.
Como é de praxe nessa indústria, a coisa vai bem mais longe e você vai entender o porquê.
Esses dias, ao responder uma pesquisa sobre a saúde de cães da raça Pastor de Shetland para uma tese de conclusão de curso, me lembrei de importantes episódios do histórico de saúde do meu cão. Em janeiro, ele completará oito anos, mas é incrivelmente saudável e jovial. Na verdade, em toda a sua vida, precisei correr com ele ao veterinário em somente duas ocasiões.
Na primeira, ele passou mal após um reforço de vacinação (V8 + anti-rábica) e para aliviar a dor e mal-estar o veterinário receitou algumas gotas de dipirona. Provavelmente em função da hipersensibilidade provocada pela vacina, meu cão desenvolveu um angioedema (inchaço do rosto), que além de deixá-lo com uma aparência monstruosa, causava extremo incômodo, podendo levar ao fechamento da glote e, conseqüentemente, à morte. Resultado: corri com ele para a farmácia e ele melhorou depois de tomar corticóide – medicamento que, agora sei porque estudei, interfere muito na proteção da vacina
Na segunda ocasião, ele subitamente começou a apresentar vômitos e diarréias violentos e com sangue, e a única causa plausível na época parecia ser o pacote de 1kg de Royal Canin da linha mini size que eu comprara na noite anterior. Os exames de sangue não detectaram nada, mas foi só trocar de pacote que o problema foi embora. Devo ter pego um lote com excesso de algum micronutriente ou contaminado com micotoxinas.
Em nenhum momento o veterinário sugeriu que eu suspendesse a ração e passasse a alimentar meu cão com outra dieta. Assim como, frente à reação pós-vacinal que meu cão apresentou, não ouvi reflexões atribuindo o ocorrido à aplicação da vacina.
O que pretendi transmitir com essa série é que não existe essa fórmula mágica que a propaganda das rações cimentou tão bem nas nossas mentes. Uma alimentação, para ser boa, tem que ser variada dia a dia para que a complementação seja contínua. Tem que ser fresca e livre de substâncias tóxicas e desnecessárias como corantes e flavorizantes. Tem que ser baseada nas verdadeiras necessidades nutricionais dos animais e não nos interesses e conveniências dos fabricantes. Sim, alimentar bem, seja o ente querido, o seu filho, seus pets ou você mesmo, dá um certo trabalho.
Mas, puxa vida, você não acha que vale a pena?”
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O maior recall da história
Antes de 2007, a maioria dos consumidores nunca tinha ouvido falar em recall (reconvocação) de rações para cães e gatos, ou que centenas de animais morreram na década passada por causa de alimentos contaminados. Em março de 2007, a população norte-americana tomou um susto quando mais de cem marcas populares de rações para pets sofreram recall. Os principais veículos de comunicação cobriram esse problema, que resultou nas mortes de centenas, talvez milhares de animais de estimação. Nada menos que sessenta milhões de sacos e latas de ração foram reconvocados.
No passado, os recalls eram motivados por micotoxinas (toxinas produzidas por fungos), geradas por grãos embolorados; ou ainda salmonella, uma bactéria oportunista associada a distúrbios gastrointestinais.
Além das reconvocações de ração, tem havido recalls de brinquedos para pets contendo muito chumbo, e uma pasta dental para cães que contém dietileno glicol (uma substância que pode levar a danos renais). O site Itchmo: News for Dogs & Cats oferece alertas grátis por e-mail toda vez que um recall de rações, entre outras notícias, acontece.
A fabricante Menu Foods, Inc., localizada em Ontário no Canadá, foi a primeira indústria de rações a se envolver no recall de 2007. A Menu fabrica muitas das rações de marcas privadas nos Estados Unidos, Canadá e México. Em fevereiro de 2007, a empresa recebeu a primeira de seis queixas de clientes informando que o consumo de suas rações estava deixando alguns pets doentes. Em 27 de fevereiro, a Menu deu início a testes com cerca de cinqüenta cães e gatos que passaram a ser alimentados com as rações suspeitas.
Em 2 de março, o primeiro de nove animais do teste alimentar morreu de insuficiência renal aguda. A mídia divulgou que a Menu Foods tomara conhecimento do problema desde janeiro de 2007, mas atribuíra as doenças dos animais ao hábito de fuçar o lixo, envenenamentos e outros motivos não relacionados à contaminação por ração.
O recall oficial começou em 16 de março de 2007, quando a Menu Foods anunciou a reconvocação de diversas linhas de rações úmidas (de lata e aqueles sachês tipo “pedaços ao molho”). Essa reconvocação envolveu milhões de latas e sachês de noventa e nove marcas de rações para pets, incluindo nomes de grandes varejistas como Wal-Mart
Em 22 de março de 2007, uma rede de comunicação online criada por donos de cães e gatos, a Pet Connection, passou a providenciar uma lista de casos auto-relatados de animais que ficaram doentes ou morreram após o consumo de rações. O número total de animais de estimação mortos até aquele momento era de 460 gatos e 309 cães – e a lista aumentava todos os dias. As companhias de rações informaram à mídia um número de mortes muito inferior, de cerca de doze animais.
Outras grandes companhias de ração para pets começaram a reconvocar seus alimentos. A Procter & Gamble, fabricante da Iams e Eukanuba, reconvocou 43 linhas de Iams e 25 da Eukanuba. A Nutro, uma outra grande empresa do setor, reconvocou 34 linhas de ração para gatos e 22 linhas de rações para cães. A Purina também anunciou um recall voluntário de uma de suas linhas. Pouco depois disso, a Hill’s se juntou à lista ao reconvocar parte de suas linhas Science Diet para gatos e filhotes.
Leia mais: http://www.blog.villechamonix.com/2010/09/por-que-nao-dar-racao-parte-iv.html#ixzz15GBpfTVF
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