Essa é uma linda estória de um cão muito especial; King era o seu nome. Ele viveu em um tempo do qual sinto a maior saudade; uma saudade guardada no fundo da minha alma - sim, ele era o meu cachorrinho muito amado, aquele que abriu as portas da minha alma, que me ensinou o respeito e a lealdade, que basta um simples olhar e tudo fica dito.
KING chegou em um dia cheio de sol em um ano que não lembro, mas que já é muito distante; era apenas uma criança de 5 anos (lembro da minha idade porque ainda morávamos perto da minha avó e o meu irmão ainda era um bebê); eu estava chegando perto da casa quando o vi pela primeira vez! Meu tio passou p or mim em uma "transviada" lambreta verde (uma sensação!), só ele tinha uma, mas naquele dia, meus olhos não se fixaram naquele veículo que tanto me encantava; sentado, entre as pernas do meu tio, estava ele - branquinho com manchas marrons e uma cabecinha toda café-com-leite! Um laço no pescoço e um rabinho muito alegre que balançava ao vento. Não pude esperar, corri pra chegar o quanto antes a casa da minha avó porque era pra lá o destino do meu tio. Ao entrar voando pela sala, minha avó virou-se com um largo sorriso e me falou - veja koia, é KING! Nem senti meus pés naquela hora! Peguei aquela coisinha peluda no colo e senti sua pelagem macia e fôfa e uma barriguinha quentinha junto do meu coração! Ele não parava de me lamber o rosto numa alegria que eu nunca vira na vida - é KING, você me ensinou muitas coisas! Naquele dia não voltei pra casa, era cedo da manhã e, não só passei o resto do dia, como também dormi na casa da minha avó; um dia inteirinho brincando com o cachorrinho recém-chegado. Meu pai até tentou, mas eu não queria sair de perto dele, era tão lindo...
Desse dia em diante, nunca mais nos separamos,; ele cresceu, engordou e, pasmem! Ficou amigo de um gato! (habitante antigo da casa, que se chamava pipoca). Meu irmão também caiu de amores por ele, que a cada d ia, tomava mais espaço em nossos corações (meu pai o adorava), não era raro, ele passava o dia na nossa casa, dormindo embaixo da minha cama.
Até que chegou o dia da nossa mudança. Morávamos muito perto da minha avó e meu paicom ajuda do meu avô materno, comprou uma casa em um bairro um pouco distante - vocês sabem, cidade pequena, nada é muito longe! Mas para nós, era muito longe de KING e aquilo nos aflingia. Bem, mudamos e, uma semana depois, a minha avó veio nos visitar. Trouxe KING com ela e foi um dia muito feliz, até na hora de ir embora; ele não queria ir de jeito nenhum! Mas, puxado pela coleira, diante de muito choro, ele se foi. Mas aprendeu o caminho e voltou muitas vezes sozinho; vinha de manhã, minha avó vinha buscar a tarde, isso acontecia todos os dias, até que um dia, ela chamou meu pai e disse que não viria mais pegar KING de volta e se ele aceitava ficar com o cachorro, já que não queria mais permanecer com ela e sim comigo e meu irmão. Daquele dia em diante, ele reinou em nossa casa e em nossas vidas, deixando-nos um legado que não se compra, não se vende e nem se rouba: o amor em sua forma mais perfeita - amor ao seu próximo. Ele foi o meu grande Rei, viveu por muitos anos conosco e no dia em que partiu, deixou nossas almas em pedaços. Não vou contar aqui o que aconteceu, só quero prestar a ele, que passou pela minha vida, a mais sincera das homengens - não era só no nome que ele era Rei, mas por toda a minha vida. Ave, KING! Saudades eternas...
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